CP ou CPI?

Depois da prisão de toda a família do Prefeito Silvio Félix (principalmente da primeira dama Constância Félix e dos dois filhos), o imperativo da investigação é óbvio e categórico. Todos os vereadores, sejam eles governistas ou não, querem que os dispositivos legais, tanto jurídicos quanto legislativos, sejam utilizados no esclarecimento dos fatos. Porém...

Mesmo que todos os vereadores se pronunciem a favor da instauração de um mecanismo de investigação na casa, os procedimentos de inquirição e diligência são divergentes. A opção entre uma Comissão Processante (CP) ou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) não é uma simples escolha jurídico-operacional, mas coloca questões políticas práticas.


Por isso, não se deixe ludibriar por quem quer investigar mas faz opção pela alternativa mais branda e flexível: a CPI.



Por que sou contra uma CPI e defendo uma CP?

Ah, a tecnologia

Pagar conta de banco, blogar, sincronizar toda a web. O mundo mobile transforma a Internet num artefato onipresente em nossas vidas. Este post, por exemplo, foi feito pelo aplicativo do Blogger pra Android. Só temos que garantir um controle social das tecnologias. E é muito relevante discutirmos as políticas tecnológicas.


Fiquemos vigilantes!

Nova roupagem

Decidi dar um novo ar ao blog. Quem sabe me animo a postar mais coisas...


Vamo ver...

Poesia aleatória

Abri aleatoriamente o livro de Augusto dos Anjos, o "Eu e outras poesias". Resolvi postar a poesia que vi ali, àquela que o acaso escolheu:


POEMA NEGRO 

Para iludir minha desgraça, estudo.
Intimamente sei que não me iludo.
Para onde vou (o mundo inteiro nota)
Nos meus olhares fúnebres, carrego
A indiferença estúpida de um cego
E o ar indolente de um chinês idiota!

A passagem dos séculos me assombra.
Para onde irá correndo minha sombra
Nesse cavalo de eletricidade?!
Caminho, e a mim pergunto, na vertigem:
-Quem sou? Para onde vou? Qual minha origem?
E parece-me um sonho a realidade.

Em vão com o grito do meu peito impreco!
Dos brados meus ouvindo apenas o eco,
Eu torço os braços numa angústia douda
E muita vez, à meia-noite, rio
Sinistramente, vendo o verme frio
Que há de comer a minha carne toda!


O que nos resta?

Não há prosa nem poesia que experiencie a intensidade das dores desse mundo. Quando na vida cotidiana das pessoas comuns ou do cidadão médio que o liberal nomeia, estão falidas as possibilidades e contradições das inconsistências da história, não há mais distância entre experiência e expectativa positiva. Essa distância produtora de consistente utopias humanas, da possibilidade de criação do novo e do inesperado, do germinar das variadas formas de resistência. O encurtamento dessa distância, produtora de vivificantes esperanças, é a causadora da decomposição dos nossos sonhos, do rearranjo de nossas experiências, do limiar do imediatismo exarcebado, celebrado sempre e continuamente como mito fundador de nossas alegrias, felicidades e satisfações descartáveis.
A agência autônoma dos homens cada vez mais parece uma afirmação axiomática que insiste em negar uma experiência em vias de plenificar-se: a incapacidade autoconsciente de nos apropriarmos de nós mesmos. Mais do que nunca a imagem foucaultiana da produção de sujeitos dóceis e úteis ganhou proporção industrial. Nem as dicotomias mais ou menos maniqueístas e moralmente compartilhadas por grupos sociais distintos e conflitantes não sustentam mais uma certa perspectiva de enfrentamento e disenso. Tudo parece caminhar harmoniosamente em direção a uma ingerência do ser, cristalização de objetividades desconexas, desterritorializadas, vazias de ação consciente e produtora, numa homogeinização de subjetividades.
O que nos resta?

Globalização hegemonica e resistência

Como a atividade acadêmica e o trabalho consomem 120% de meu tempo e energia, quase nunca escrevo aqui. E, para que isso seja provado postarei um texto escrito em quatro mãos. Esse texto é resultado de um processo avaliativo da disciplina de Sociologia e é a tentativa de refletir sobre um processo amplo e complexo: a tal da Globalização. Eu e meus companheiros de reflexão, escrevemos a partir de dois olhares, que apesar de serem distintos convergem numa mesma direção quanto a postura de análise. Me refiro ao sociólogo brasileiro Octavio Ianni e a Vandana Shiva. Ao final deixo a referência bibliográfica para a consulta dos textos que valem a pena serem lidos pela sutileza e beleza reflexiva.